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No ano em que se completam 50 anos do golpe ocorrido no país, setores da extrema direita tentaram resgatar a “Marcha da Família com Deus e pela Liberdade” que correu em 19 de março de 1964. Felizmente a “reedição” da tal marcha fracassou uma vez que reuniu alguns “gatos” pingados
Também estão sendo realizados no país, debates sobre o tema com apoio das Comissões da Verdade, sindicatos, universidades, que buscam esclarecer sobre as atrocidades cometidas pela ditadura militar.
O Brasil é o único país na America Latina onde ainda não houve punição para nenhum militar, torturador ou agente da repressão pelos crimes que cometeram no período da ditadura. Em países, como Argentina e Chile, generais que comandaram as ditaduras foram parar na cadeia.
Aqui no Brasil, os repressores se escondem atrás da Lei da Anistia, criada em 1979, na qual o regime se auto-anistia. Esta lei já foi inclusive condenada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.
É este tipo de impunidade que faz com que até hoje a violência policial seja uma constante, principalmente nas periferias das grandes cidades, atingindo principalmente a juventude negra. Com as grandes manifestações de junho do ano passado, assistimos a um crescimento da criminalização dos movimentos sociais que, inclusive, se utilizam de mecanismos criados na ditadura militar como a Lei de Segurança Nacional.
O governo Dilma autorizou a utilização das Forças Armadas para conter manifestações durante a Copa e sancionou uma lei que permite a infiltração de policias em organizações de trabalhadores. Diversos projetos no Congresso Nacional propõe um endurecimento da legislação para impedir a livre manifestação.
Por isto os protestos justos e legítimos contra o golpe militar de 1964, também devem se ligar à luta para acabar com todo o aparato de repressão montado contra os trabalhadores, o fim de todos os inquéritos que visam criminalizar os movimentos sociais e a garantia das liberdades democráticas. Ditadura nunca mais!
Data: quarta-feira, 02 de Abril de 2014
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