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Com PDVs, bancos e estatais miram demissões em massa e terceirização
 


 

24/07/2017

Nem bem o presidente Michel Temer sancionou a Reforma Trabalhista no país, bancos como a Caixa Econômica Federal e o Bradesco aproveitaram para abrir o PDV (Programa de Demissão Voluntária).

Para quem acreditou na falácia do governo Temer de que a Reforma Trabalhista traria mais emprego, medidas como essa só reforçam a certeza de que o que acontecerá é o contrário. Na prática, o PDV representa demissão em massa e já está se estendendo para empresas estatais.

Na Caixa Econômica Federal, o programa pode atingir 10 mil funcionários. Esse é o segundo PDVE (Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário) aplicado pela empresa. Para piorar, estão previstos ainda o fechamento de 120 agências. O banco conta atualmente com 95 mil funcionários, sendo que 30 mil têm mais de 15 anos de casa e poderão aderir ao programa para deixar a instituição.

“Combinado com o PDVE, a Caixa divulgou uma série de medidas de reestruturação que preveem a extinção de filiais e a migração dos trabalhadores destas áreas para outras, de forma indiscriminada. Todas estas medidas visam enxugar o quadro de empregados e têm como objetivo pressionar os empregados para aderirem ao programa. Além disso, parte desse método da empresa, há ainda a mudança do normativo RH 205, que amplia o famigerado GDP (Programa Gestão de Desempenho de Pessoas) para todos os empregados com função, até então restrito aos gestores”, alertou a bancária da Caixa Rita de Souza, também integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Segunda estatal em número de servidores, o Banco do Brasil também foi o segundo que mais diminuiu o tamanho de seu corpo funcional. Foram mais de 14 mil trabalhadores desligados em dois programas autorizados em 2015 e 2016, número que corresponde a 89% do público-alvo. O enxugamento representa 14% do total de funcionários do banco hoje.

Segundo o integrante do Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), Bento Rodrigues, o resultado dessa situação foi aumento no ritmo de trabalho e piora no atendimento. “O atendimento piora, principalmente, para os pobres, porque o fechamento tem como critério central o faturamento das agências. O BB nos últimos meses lidera o resultado de reclamação do Banco Central”, informou.

Além disso, esse modelo de enxugamento de funcionários tem resultado direto na saúde do trabalhador que precisa executar o trabalho em dobro.

“O ritmo de trabalho tem efeitos desastrosos sobre a saúde do bancário, inclusive com aumento do número de suicídios. Hoje o plano de saúde do BB é que o tem mais dias de internação por participantes. Isso acontece por causa das doenças psíquicas”, completou.

O Bradesco e a Caixa aparecem em segundo e terceiro lugares, respectivamente, nesta mesma pesquisa feita pelo Banco Central sobre reclamações dos clientes.



Bancos privados manobram

A novidade ficou por conta do Banco Bradesco, isso por que não é comum o banco privado anunciar esse tipo de programa porque, diferente do banco público, pode demitir quando bem entender. A manobra, no entanto, vem exatamente por conta da Reforma Trabalhista, que estabelece um prazo de 18 meses para que alguém que tenha sido demitido possa se recontratado como terceirizado.

“Esse prazo não é exigido caso o trabalhador peça demissão. Por isso, o PDV viria bem a calhar, pois o banco poderia aplicar imediatamente sua política de precarização, contratando funcionários terceirizados, pagando menos”, avalia Bento Rodrigues, do MNOB.

Com exceção do Bradesco, onde não há meta para adesão ao PDV, só levando em conta as demissões e programas de antecipação das aposentadorias e PDV, entre ano passado e primeiro semestre desde ano, os bancos diminuíram em torno de 22 mil o número de funcionários. Isso significa em torno de 5% da categoria nacionalmente.

Mais de 50 mil vagas foram desligadas com PDVs

Segundo matéria veiculada no jornal Estado de S.Paulo, desta segunda-feira (24), o governo federal desligou mais de 50 mil trabalhadores das estatais nos últimos anos com programas de demissão voluntária.

A Petrobrás foi a empresa que mais demitiu em massa com o programa, com a adesão de 15 mil empregados aos dois programas de PDV, e reduziu o correspondente a 30% de seu efetivo. Em 2014, a empresa possuía 57 mil trabalhadores e hoje possui apenas 49 mil.

Nos Correios, o cenário também é parecido. O Plano de Desligamento Incentivado (PDI) foi aberto em fevereiro de 2017 e reaberto em maio e junho. Cerca de 6 mil funcionários aderiram ao programa, cuja meta era atingir mais de 8 mil trabalhadores.

Esse número tende a aumentar com os programas ainda em curso, como os da Dataprev e da Eletrobrás. A estatal do setor elétrico tem aberto um Programa de Aposentadoria Extraordinária (PAE) e a meta é pela adesão de 2.500 servidores. Um segundo plano deverá ser aberto até o início do próximo ano, voltado para o administrativo, e prevê adesão 2.700 funcionários.

“Essas empresas públicas reabriram planos de demissão voluntária com o objetivo de enxugar seu quadro de funcionários e assim torná-las mais palatáveis à privatização. Resistir é preciso, mas para isso as entidades sindicais precisam urgentemente convocar assembleias em todo o país, aprovar uma pauta que tenha como centro a defesa dos empregos, das empresas estatais que sejam 100% públicas. Essa luta pode estar associada às campanhas salariais do segundo semestre”, finalizou Rita.

Com informações do Estadão








Data: segunda feira, 24 de julho de 2017.


 
     

 

 

 

 


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